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A Flip, a Casa Estante Virtual e o poder de criar encontros

  • Foto do escritor: Palme
    Palme
  • 11 de ago.
  • 2 min de leitura

Paraty, nos dias de Flip, não é apenas um cartão-postal. É um organismo vivo, pulsando literatura por cada rua, praça e casa aberta ao público. A cidade se transforma: os paralelepípedos recebem passos apressados de leitores em busca de uma mesa imperdível, os restaurantes tem sempre um autor estrelado jantando, e as conversas que ecoam pelas ruas têm sempre um ponto em comum — livros.


Este ano, vivi essa atmosfera com um sabor especial. Foi minha 12ª Flip como profissional do mercado do livro — mas a primeira liderando a Estante Virtual. É curioso como o tempo muda o nosso olhar: de estreante encantado em 2014, caminhando sem acreditar no que via, para um momento de maturidade, mas ainda com o mesmo frio na barriga de antes. A diferença é que agora, além de absorver, também ajudo a construir.


A Casa Estante Virtual surgiu na programação como um espaço para celebrar a leitura de forma aberta, democrática e afetiva. Não é apenas um endereço, é um ponto de encontro onde tradição e novidade conversam com naturalidade. Entre mesas e debates, vimos Milton Cunha falar sobre como “a literatura também dá samba”, e encontros com Conceição Evaristo, Geni Nuñez, Afonso Cruz, Marcelino Freire, Jessé Andarilho e Jeferson Tenório. Cada conversa, foi uma ponte entre mundos.


Mas talvez o mais valioso da Flip — e da Casa — esteja nos bastidores. No intervalo entre falas, no sorriso tímido de quem pega coragem para pedir um autógrafo, no reencontro entre leitores que antes só se conheciam por um avatar no Clube do Livro. Há algo de mágico em ver a comunidade se materializar fisicamente, depois de tanto tempo se construindo online. É como se cada abraço confirmasse: “estamos juntos nisso”.


A Flip tem essa vocação rara: não é apenas sobre lançar livros ou ouvir autores, é sobre criar vínculos. É sobre sentir que fazemos parte de algo maior. E a Estante Virtual, desde sua criação, carrega esse DNA — aproximar pessoas por meio da literatura. Este ano, vivendo isso de dentro, ficou ainda mais claro para mim que comunidade não é um conceito abstrato. É concreto. Tem cheiro, som e calor humano.


Quem esteve lá, leva mais do que livros na bagagem. Leva histórias que não estão impressas — memórias, conexões e inspirações que vão reverberar muito além do fim do evento.


É por isso que seguimos voltando, ano após ano. Porque a literatura, afinal, não se lê apenas com os olhos — ela se vive. E, na Flip, ela se vive intensamente.

 
 
 

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