O Rio - e o Brasil - continua lendo!
- Palme
- há 12 minutos
- 2 min de leitura
Começar com um pé direito é bom. Começar no meio de uma tempestade de livros, pessoas e ideias é melhor ainda. Hoje escrevo só como um breve relato da minha décima primeira Bienal :)
Cheguei ao Rio de Janeiro há duas semanas para assumir a operação da Estante Virtual e, logo de cara, mergulhei na Bienal Internacional do Livro do Rio. Não consigo imaginar um início mais simbólico: estandes cheios, corredores lotados, livros por todos os lados e uma atmosfera vibrante que celebra a potência da leitura.
A Bienal é mais do que um evento comercial ou literário. Ela é um retrato vivo da diversidade do mercado editorial brasileiro e, ao mesmo tempo, um espelho das transformações no comportamento dos leitores. Em poucos dias, vi de perto o impacto que autores, influenciadores e editoras têm sobre o público - especialmente o jovem, que comparece em peso, com brilho nos olhos e livros nas mãos.
Entre os momentos mais marcantes, destaco a presença de Raphael Montes lotando o Auditório Ziraldo com 300 pessoas e os encontros com criadores de conteúdo como Paulo Ratz no stand da EV, que passou mais de cinco horas conversando com leitores, tirando fotos e distribuindo autógrafos. Esses momentos mostram a força da conexão direta entre quem escreve, quem recomenda e quem lê.
Mais do que uma feira de livros, a Bienal é um espaço de encontro, formação e descoberta. Jovens leitores, crianças com seus pais, educadores, bibliotecários, profissionais da cadeia do livro... todos circulando, debatendo, se emocionando. É bonito de ver. Genuíno. Inspirador.
Outro ponto que chama atenção é como o evento se torna um palco de inovação e tendências. Editoras testam novos formatos de ativação, autores se aproximam de suas audiências com estratégias cada vez mais criativas, e a relação com o conteúdo se torna mais dinâmica, multiformato e interativa. A Bienal, nesse sentido, é também uma vitrine de como o livro pode se integrar a novas linguagens e plataformas sem perder sua essência.
E é também um termômetro. A Bienal mostra que o livro continua relevante, mesmo diante de tantas transformações digitais. Ele muda de formato, de linguagem, de canal. Mas permanece central na experiência de quem busca significado, conhecimento e conexão.
Essa edição da Bienal deixou uma mensagem clara: não há futuro para o livro sem comunidade, sem escuta, sem presença. O que se vive nos corredores vai muito além da compra e venda de exemplares. Ali se constrói memória, pertencimento, paixão. E isso é o que sustenta qualquer cadeia criativa no longo prazo.
Estar na Bienal logo no início da minha jornada profissional no Rio foi um privilégio. E uma confirmação: se o livro não para, a gente também não pode parar. Seguimos lendo, criando e celebrando esse universo que resiste, se reinventa e continua pulsando.
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