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Sem pessoas, não há futuro — nem mercado editorial

  • Foto do escritor: Palme
    Palme
  • 6 de mai.
  • 2 min de leitura

Há algo que aprendi ao longo da minha trajetória — e que sigo repetindo como um mantra: sem pessoas, não existem negócios. Isso vale para qualquer setor, mas no mercado editorial, onde tudo gira em torno de histórias, criatividade e sensibilidade, esse valor deveria estar ainda mais no centro.


Por isso, receber o convite para ser um dos embaixadores do Great Place to Work (GPTW) no setor editorial brasileiro foi, para mim, mais do que uma honra — foi um chamado. Um convite para ajudar a transformar um mercado que amo profundamente, tornando-o mais humano, mais saudável e mais preparado para o futuro.


Durante muitos anos, nosso setor investiu em inovação de formatos, em novas tecnologias, em canais de venda. Tudo isso é fundamental. Mas se não olharmos com o mesmo entusiasmo para dentro das empresas, para quem está escrevendo, editando, vendendo, embalando e recomendando livros todos os dias, essa conta não vai fechar.


O livro, por mais digital que seja, nunca será automático. Ele precisa de gente. E gente precisa de cuidado.


Boas histórias precisam de boas pessoas por trás. E boas pessoas precisam de um ambiente em que possam crescer, se sentir seguras e reconhecidas.

O Great Place to Work tem uma trajetória de mais de 30 anos avaliando culturas organizacionais em mais de 100 países. Sua metodologia parte de uma premissa simples, mas poderosa: empresas que confiam em seus colaboradores e são por eles confiadas são mais produtivas, inovadoras e sustentáveis. No Brasil, mais de 4.000 empresas são certificadas anualmente. Dados da consultoria mostram que essas empresas registram, em média, 50% menos rotatividade e até 65% mais engajamento entre os times — e isso se reflete diretamente na performance e nos resultados.


No setor editorial, esse debate ainda é recente — mas extremamente necessário. Estamos falando de um mercado que emprega milhares de pessoas em diferentes funções, com perfis, formações e gerações distintas. É um universo diverso, mas que ainda engatinha quando o assunto é cultura organizacional, liderança empática e desenvolvimento de talentos.


A primeira edição do ranking das Melhores Empresas para Trabalhar no Mercado Editorial, lançada em 2023, foi um divisor de águas. Pela primeira vez, passamos a olhar para o clima organizacional do setor com dados concretos. Os resultados mostraram que sim, é possível criar ambientes de trabalho mais positivos, mais diversos e mais alinhados com os valores das novas gerações — sem perder eficiência, produtividade ou resultado financeiro. Na verdade, os ambientes mais saudáveis são justamente os que mais crescem.


Como embaixador, ao lado de profissionais que admiro como Bruno Mendes e Larissa Caldin, nossa missão é ajudar empresas editoriais a darem esse passo. A promoverem conversas mais maduras sobre cultura organizacional. A investirem não apenas em inovação de produtos, mas na construção de ambientes humanos, criativos e sustentáveis.


Porque o livro é feito de papel, áudio ou pixels. Mas, antes de tudo, ele é feito de pessoas.

E cuidar das pessoas que fazem esse mercado existir é, para mim, o único caminho possível para que o livro siga tendo impacto, relevância e futuro.

 
 
 

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